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“o homem nasce como se fosse uma folha em branco”

a partir da entrevista inicial em que surgiu a intenção de que a casa exercesse uma relação visual o mais tênue e imperceptível possível, a disposição primeira do projeto se consolidou como um muro perimetral que fletia, inclusive, sobre a fachada.
nesse considerável cordão branco de alvenaria, apenas um justo recorte era imposto para o acesso. apenas uma fina laje se apoiava.

e assim, tal como o “homem” de locke, a casa nasce como se fosse uma folha em branco.

duas premissas do partido, quanto a implantação, para o projeto foram o manejo do solo original para a conformação das cotas e a escolta da edificação em relação às interferências de conforto advindas da proximidade com a rodovia – ruídos e fachos.

dessa forma, quanto a primeira, aferiu-se o volume de terra entre a cota média no recuo frontal e o ponto com o nível mais baixo do lote, aos fundos, sendo distribuída em dois níveis, ao mesmo tempo que manteve-se o sentido de drenagem natural.

já acerca do isolamento da edificação quanto às manifestações externas da rodovia, determinou-se o nível de piso a partir do gabarito do muro de divisa, contabilizado, portanto, da laje para baixo, o que resultou em um leve entrincheiramento da casa. além disso, alocaram-se sumariamente as aberturas para o plano oposto da rodovia, a qual, sendo face norte, ocasionou na decisão de criar um estreito e denso bosque neste espaço, uma espécie de filtro, provendo de sombra e privacidade as vistas da residência.

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data do projeto: 2019
localização: bauru, são paulo
área construída: 156.58m²